Domingo, 17 de novembro, duas da tarde: o dia que eu tomei o último comprimido de isotretinoína (roacutan). Estava na casa dos meus pais, foi simbólico, porque quando eu tomei o primeiro comprimido, eu também estava lá com eles.
Primeiramente, deixa eu fazer um parênteses para você. Caiu de paraquedas nesse texto? Vem ler todos os outros relatos aqui. Depois volta para ler esse último.
A foto que ilustra a capa desse texto são todas as cartelas de comprimidos, durante os oito longos meses de tratamento. Fiz questão de guardar cada caixa, cada cartela, para mais tarde olhar para todas elas e falar: “eu consegui!”.
É, caras… Não foi fácil passar por tudo isso, e continua não sendo fácil, pois fico com sequelas, que serão devidamente tratadas ao longo dos próximos meses. Falo principalmente das cicatrizes que a acne grave deixou no meu rosto.
Olhando para trás, nem sei como consegui passar por tudo isso. Comecei esse tratamento num momento bem vulnerável e aqui estou eu, mais vulnerável ainda. hahahahaha Rindo de nervoso. Mas, faz parte. Eu entendo.
Sempre lembro da minha primeira consulta com a dermatologista (que não é a de agora, pois teve de atender em outra clínica que eu não poderia ir), e ela me disse: “está disposta?”. Falei que sim com a voz embargada, mas ciente de tudo o que eu poderia passar, já que eu tinha lido e visto muitos relatos de pessoas que tomaram essa medicação.
Outro dia, esbarrei com um corte de um vídeo daquela influencer que esteve no Big Brother Brasil, e saiu no meio do programa, a Vanessa Lopes. Vi que ela está no começo do tratamento de roacutan, e sofrendo com uma pele bem judiada. Olhando as cenas do vídeo, me comove muito, me comove quando leio os comentários falando para passar isso ou aquilo que é bom (os doutores da internet), falando que é frescura, falando horrores e mais horrores dela, da situação que ela está passando. Eu, realmente, me coloquei no lugar dela. Não deve ser fácil ser pessoa pública, mostrar pelo o que está passando e receber tanto hate assim. Enfim, são escolhas. Ela quis mostrar.
Não sou pessoa pública, mas também quis mostrar. Mostrei aqui com mais detalhes, no meu terreninho na internet, mostrei no meu Instagram também, mas só alguns recortes do dia a dia, mostrando o remédio, a evolução do tratamento, o lábio ressecado. Não tenho muitos seguidores, mas vez ou outra alguém se comovia e vinha falar comigo, até mesmo contar a própria experiência com o roacutan.
Fico pensando, de vez em quando, como esse tratamento mexeu comigo. Paro para lembrar de cada sintoma psicológico que eu li naqueles anexos que eu assinava todo mês, e percebo que, provavelmente, passei por todos eles. Sim, por todos.
Entenda que talvez você não passe por isso. Sabe, li muito, e até minha médica reforçou, que as pessoas que menstruam tendem a passar pelo tratamento de forma mais, digamos, agressiva. Sentimos tudo mais intensamente, pessoas na idade fértil têm que ter atenção redobradíssima. Na maioria das vezes é assim, tanto é que você tem que assinar os tais papéis lá falando tudo isso. Se está no papel, se está na bula, é porque há estudos que comprovam isso, certo?
Mas entenda. E fique tranquilo. Pode ser que você não sofra tanto assim e consiga passar por todos os meses de tratamento com isotretinoína (roacutan) tranquilamente, ou tirando de letra esses sintomas, tanto os físicos quanto os psicológicos. Se tu está disposto a iniciar o tratamento, vai! É como minha médica disse, “tá disposta?”. Tu tá disposto? Tem que estar!
Bem, as atualizações da minha pele, hoje, final de novembro são as seguintes: a textura da pele por onde a acne grave passou está bem judiada. Um adendo: sou uma mulher de 35 anos. Sei que o viço não é mais o mesmo de quando eu tinha 20 e tomava anticoncepcional (a minha vida inteira). Mas podemos melhorar, né? Outra coisa: meu lábio continua com ressecamento e até mesmo alguns cortes que chegam a doer quando sorrio ou, simplesmente, quando abro a boca para dar uma mordida mais generosa num pão, juro! hahaha Dói real! Bepantol toda noite, sem falta. Acordo com o lábio bem hidratado.
A dermatologista falou que os sintomas físicos podem ser sentidos durante um mês após o término do tratamento. É como se fosse um efeito fantasma do antibiótico. Estou nesse período, torcendo para que, principalmente, meu lábio volte ao normal em breve.
Se tudo der certo, ano que vem pretendo fazer o tratamento que a médica aconselhou, o microagulhamento com PDRN. Ela também comentou sobre peeling Lavieen. Espero que eu tenha tempo ($$$) para isso.
Por enquanto, continuo com minha rotina proposta pela dermato. Todos os dias pela manhã, eu uso a loção hidratante da Cerave e, em seguida, o sérum da Avène. Se eu for sair, passo filtro solar da La Roche-Posay Anthelios Airlicium. Lembro que a primeira vez que usei esse produto, foi numa amostrinha, e gostei muito do toque sequinho dele.
De noite, a mesma coisa, tirando, claro, o protetor solar. Completo com o Bepantol no lábio. E viro uma palhaça de tanta pomada na boca. No corpo, tenho usado, tanto para dormir, quanto de dia também, óleo corporal Paixão. Acho baratinho e cheiroso. Alterno também com creme da mesma marca. Acho que aqui não preciso gastar muito, né? Já basta todos os outros produtos.
E no dia a dia, vez ou outra eu passo o hidratante labial da Nivea, o Med Repair. Estou sempre com ele na bolsa. Acho ótimo, e bem melhor que o Bepantol Derma Regenerador Labial, que comprei e quase não usei. Achei muito oleoso para o dia a dia, difícil de passar e não tem um gosto bom.
Ah! Uma coisa que me foi receitada que eu não cheguei a comprar foi colírio. Na primeira consulta, a médica colocou na receita alegando que eu poderia vir a ter ressecamento nos olhos também. Vou falar para vocês que quase não tive e preferi não comprar. Senti meus olhos um pouco ressecados na época das queimadas, aqui no interior de São Paulo estava bem intensa essa situação e era até difícil de respirar.
Seguem abaixo algumas fotos de como está a minha pele hoje, 24 de novembro de 2024. Não está muito diferente do último texto que publiquei aqui. Porém, segundo a dermato, o sérum da Avène está surtindo efeito positivo. Ela percebeu que as cicatrizes não estão tão avermelhadas como antes de começar a usá-lo (pode acreditar que eram bem mais vermelhas). Eu também percebi isso.
Ah! E outra coisa que eu também percebi durante o tratamento com roacutan é que praticamente zerou os cravinhos que eu tinha no queixo e no nariz.
Finalizo esse relato com uma foto bem simbólica. Tudo no saco de lixo. Todas cartelas, bulas e caixas rasgadas. Acabou. Chorei de alívio.
Por fim, se tu quiser alguém para conversar sobre o tratamento, tô aqui! Pode me mandar uma DM no Instagram, minha conta é @feufamaciel. Me chama lá e fala que leu meus relatos maluquinhos.
Bjs, até mais!