Quero compartilhar com você minha primeira experiência com trilha: o Pico do Selado em Monte Verde. Já digo, foi intenso, cansativo, mas recompensador!
Estava ansiosa para fazer esse post aqui no Vem Pra Ver. Continue aqui comigo para saber mais sobre esta incrível trilha, um dos lugares mais lindos que já visitei na vida! Prepare-se que o post vai ser longo!
Monte Verde: prato cheio para quem ama trilhas
Já pensou em colocar Monte Verde, distrito de Camanducaia, em Minas Gerais na sua lista de destinos para conhecer no Brasil? Pois se você ainda não conhece Monte Verde, acho que você deveria pensar nessa hipótese.
À princípio, Monte Verde fica no extremo sudoeste de Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira, e está a cerca de 160 km de São Paulo. A cidade é um prato cheio para quem curte trilhas, ou simplesmente ama natureza.
A cidadezinha oferece, basicamente, 7 trilhas principais:
- Pedra Redonda
- Pedra Partida
- Chapéu do Bispo
- Platô
- Pico do Selado
- Pico da Onça
- Pinheiro Velho (trilha pequena dentro da cidade)
Enfim, é bastante opção para escolher, né?
Basta saber qual trilha é melhor para você, bem como, qual se encaixa no seu roteiro para Monte Verde, pois algumas são longas.
Muitas pessoas que vão para essa cidade passam apenas um final de semana por lá, porém, depois dessa lista de trilhas, dá para ver que tem muita coisa pra fazer, além de se deliciar nos vários restaurantes. Concorda?
Hoje eu vou te mostrar minha experiência na Trilha do Pico do Selado, a trilha que fiz quando estive em Monte Verde. Mas ainda vai entrar aqui no blog, um post especial com um resumo das principais trilhas de Monte Verde. Fique ligado!
A trilha: Pico do Selado em Monte Verde
Eu fiz a trilha do Pico do Selado Noturno. Mas, por que “Noturno”?
Primeiramente, o Pico do Selado é uma das 7 trilhas principais de Monte Verde. Embora não seja uma das mais escolhidas pelos turistas devido a distância, é uma das melhores caminhadas que Monte Verde oferece.
A parte do “noturno” é por conta que a saída é a partir das 15h e até chegar ao Pico do Selado você é contemplado por um pôr do sol incrível (quando o tempo está limpo) e, então, precisa fazer a volta para a cidade pela trilha à noite, por isso Pico do Selado Noturno. A chegada fica entre às 19h30 e 20h. Mas, lembre-se que também há saídas diurnas, cabe ver direitinho com o guia e reservar.
Escolhemos a trilha do Pico do Selado Noturno meio de supetão. Sabíamos que queríamos fazer uma trilha, mas as saídas de manhã já não tinham mais e a gente iria embora no dia seguinte. Ou era o “noturno” ou nada! Na plaquinha da agência de turismo que escolhemos estava lá: “Pico do Selado Noturno hoje às 14h30”. Era essa!
Ah! A trilha para o Pico do Selado passa também pela Trilha do Platô. Então, na verdade fizemos duas trilhas! Uma caminhada de 7,5 km ida e volta, com duração de cerca de 5 horas.
Multisport Mantiqueira: especialista em trilhas em Monte Verde
Para fazer a trilha do Pico do Selado Noturno fomos com a Multisport Mantiqueira, inclusive por recomendação de vendedores de passeios da Avenida Monte Verde, a principal avenida da cidade (lá existem várias banquinhas de agência de turismo que oferecem passeios).
Como queríamos fazer trilha, e a Multisport Mantiqueira é especialista no assunto, nada melhor do que, para a marinheira de primeira viagem aqui, começar com quem entende bem, certo?
Eles têm uma banquinha na Avenida Monte Verde, em frente ao Bradesco, e oferecem vários passeios de trilhas (trekking e hiking), escalada em rocha, mountain bike e até voo livre. Algumas trilhas são de níveis moderado a difícil, e a Multisport oferece também suporte para quem é iniciante, assim como eu.
Nosso guia foi o Cássio e, desde o início, ele foi SUPER solícito, paciente e dedicado comigo e com Paulo em nossa primeira experiência com trilha. O papo durante o passeio era super bacana e ele explicava tudo direitinho sobre os lugares que passávamos, além de nos contar muitas curiosidades sobre a trilha, a cidade e a região.
Pico do Selado em Monte Verde: Minha experiência na trilha
Antes de fecharmos a ida para o Selado, Cássio, o guia, nos explicou tudo sobre o que iríamos passar, como por exemplo:
- como é a trilha…
- as subidas íngremes…
- as paradas que iríamos fazer…
- o que deveríamos levar na mochila…
- a mini escalada para subir a pedra do Selado, e assim, ver o pôr do sol na Serra da Mantiqueira…
- e sobre a volta à noite, com lanternas de led pela mata fechada.
Por volta de meio dia, resolvemos fechar a trilha com o Cássio, na banca da Multisport Mantiqueira.
Apenas eu e Paulo fomos com o guia, porque era dia de semana e não havia movimento na cidade. Mas, Cássio costuma levar grupos de até 8 pessoas para o Selado.
Fizemos um almoço bem leve, peixe grelhado, passamos no mercado para comprar água, protetor solar, repelente e barrinha de cereal. Seguimos para o chalé para trocar de roupa e colocar algo mais confortável para a trilha, e voltamos à banca da Multisport para nos encontrarmos com Cássio às 15h.
Começando a trilha para o Pico do Selado em Monte Verde
A aventura começa de carro. Seguimos pela Rua da Mantiqueira, a rua do Bradesco, até o final (cerca de 2 km do centro), onde é o início para a Trilha do Platô (lembre-se que para chegar ao Pico do Selado, pegamos a Trilha do Platô). Deixamos o carro estacionado ao lado de um restaurante, que se não me falha a memória, é o Café Platô.
E então, começa a subida a pé até o Platô.
Essa trilha exige disposição, e como eu não tenho um condicionamento físico tão bom, sofri um pouco. Precisei fazer várias paradas durante todo o passeio. São 1.200 metros praticamente de subida até o topo. Cássio, vendo algumas vezes minha dificuldade para enfrentar a subida e o terreno irregular da trilha, me emprestou um bastão de caminhada, que, definitivamente, me ajudou muuuuito até o final!
Rumo ao Platô!
A trilha até o Platô é bem demarcada.
Mesmo assim, é um passeio que é aconselhável fazer com guia. Tanto até o Platô, quanto para o Pico do Selado, principalmente para quem nunca fez trilhas.
Mais ou menos na metade do percurso, fazemos uma parada em uma bica d’água e um pequeno córrego que cruza nosso caminho. Quem quiser, pode coletar água ali (essa é a única fonte de água do trajeto todo). Recuperamos o fôlego e seguimos trilha adentro.
Depois, mais um pouco de subida, cerca de 500 metros, até chegar ao topo. Bem, parece pouco né, 500 metros.
Contudo, para quem é principiante, subir os 500 metros é punk!
Chegando ao Platô
O Platô não é um pico, mas sim uma grande pedra. Ou seja, uma laje de granito, uma varanda da natureza. É onde se tem uma vista incrível e panorâmica dos arredores.
Chegar ao Platô é recompensador! O visual é de tirar o fôlego, não tenho nem palavras. Dá para ver a paisagem de vários pontos. Ali é praticamente a divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Da parte alta do Platô, vemos Monte Verde. Da parte baixa, a paisagem muda, e vemos o Vale do Paraíba e a cidade de São José dos Campos. Dá pra ver também o Pico do Selado nessa parada.
Partiu Pico do Selado!
Depois de contemplar aquela paisagem maravilhosa no Platô, seguimos a trilha para o Pico do Selado.
A trilha para o Selado é estreita na maior parte do tempo e com bastante subidas. Como eu disse, tive que fazer várias paradas parar tomar alguns goles d’água e recuperar o fôlego.
Ora passávamos por mata fechada, ora por lugares com a pedra exposta. Parávamos para ver paisagens, ouvir barulho dos sapos, ver as flores que sobrevivem àquela altura e condições de tempo…
Quase no final do percurso, há um mirante para ver mais da Serra da Mantiqueira, de lá, vemos Monte Verde inteira! Pouco depois passamos pela “Janela do Selado”, um conjunto de rochas que forma um buraco e emoldura a paisagem. Coisa mais linda!
Até que depois de mais um pouquinho de caminhada, chegamos à pedra do Selado. E ali, começa a preparação para a subida. Cássio levou todo o equipamento necessário para essa mini escalada.
Bem, não conheço muito sobre esses equipamentos de escalada, mas o guia percebeu que nós não teríamos muita dificuldade em subir.
Então, não precisamos usar a cadeirinha, somente a corda, que estava presa no topo, perto de uma caixinha, onde fica o “Livro do Cume”.
Assim que Cássio organizou toda a subida e explicou certinho o que deveríamos fazer, eu decidi ser a primeira nessa aventura.
Um passo de cada vez, e me segurando na corda, fui subindo, subindo, subindo e quando vi estava a 2.082 metros de altitude com toda aquela paisagem me abraçando.
No meu Instagram, tem um destaque para Monte Verde, e lá eu postei algumas dicas da viagem, inclusive, o vídeo onde escalo a pedra do Selado.
● Acesse: @feufamaciel
Ali em cima, esperando sentadinha sem quase me mover (é tão alto, gente!), via o Paulo subindo também para sentarmos naquela pedra e ver o pôr do sol. Logo depois, veio Cássio e sentou ao nosso lado.
Escrevendo esse post, eu estou tentando refazer toda aquela aventura em minha mente, passo a passo para passar para você. Porém, é meio que impossível, passar tudo em palavras ou até em fotos a mesma coisa que eu senti lá em cima.
O tempo em Monte Verde estava espetacular, o céu limpo! O pôr do sol era garantido. Quando subimos e vimos o sol, ele já estava pronto para se pôr. Ao nosso redor só o verde das árvores. Olhando para cima, uma apresentação de balé das andorinhas, até parecia que elas nos davam boas vindas: “ei, vocês! Chegaram até aqui, parabéns! Preparem-se para ver o pôr do sol mais lindo de suas vidas!”. Até Cássio, que já subiu aquela pedra centenas de vezes, disse nunca ter visto um pôr do sol tão lindo quanto aquele.
Até me emociono em relembrar esse momento! A sensação de estar tão alto, tão exposta em cima daquela pedra, num precipício, é in-des-cri-tí-vel! Ficamos ali até não ver mais nenhum pontinho de amarelo do sol. O céu foi mudando de cores na nossa frente, tons de rosa, laranja e amarelo… Atrás da gente, um azul profundo já queria tomar conta e avisar: “a noite está chegando, vocês têm que descer!”.
Livro do Cume no Pico do Selado em Monte Verde
Ah, claro! Citei acima o “Livro do Cume” e não falei mais. No Pico do Selado, há uma caixinha metálica com um caderninho amarelo capa dura dentro. Nele, muitas e muitas mensagens de quem já teve coragem de subir. Paulo e eu deixamos o nosso registro também.
Assim que começou a escurecer, iniciamos a nossa jornada de volta.
Após mais uma mini aula de Cássio de como descer a pedra com segurança, desci primeiro e depois veio Paulo. Esperamos o guia descer também para nos auxiliar com as lanternas, cada um ganhou uma daquelas pequenininhas de led, que iluminam muito bem o caminho.
Agora, era só voltar pelo caminho que viemos…
A volta à noite pela trilha do Pico do Selado em Monte Verde
Você que tá lendo aqui, já fez trilha à noite? É um breu, né? Não se vê nada. Por várias vezes eu apaguei a lanterna para ter a sensação de breu total. Não dá pra ver um palmo à frente. Nada, nadica, nothing! Parece que nossos outros sentidos ficam mais aguçados, tudo em alerta. Os barulhos dos bichos ficam mais intensos, os cheiros das plantas também.
Cássio, o guia, foi na frente com uma lanterna de mão e uma na testa (que segundo ele, é um xodó de mais de 20 anos!). Eu fui logo atrás, e Paulo atrás de mim.
As lanterninhas de led iluminam muito bem, pode ter certeza, não há o que temer. Mas, é sinistro ao mesmo tempo! Um ajudava o outro iluminando o caminho, quando percebíamos o terreno muito irregular.
Assim como fizemos algumas paradas na ida, paramos também na volta.
E vale muito a pena parar, viu, principalmente para contemplar o céu. Você já viu o céu do interior à noite? Ah… é a coisa mais linda! Uma infinidade de estrelas! Paulo sacou o celular, e com o aplicativo SkyMap, conseguiu observar algumas constelações e planetas.
Para finalizar essa jornada intensa e inesquecível, chegamos de volta ao início da Trilha do Platô, pegamos o carro e descemos até a Avenida Monte Verde novamente, já eram umas 20h e pouca. Agradecemos o Cássio pelo passeio maravilhoso e fomos para o nosso chalé tomar um banho quentinho e relembrar cada momento especial que vivemos aquela tarde e noite.
Agora, mesmo como marinheira de primeira viagem, e depois de ter feito essa trilha fantástica, quero deixar algumas dicas básicas para você que é doido para fazer trilhas e nunca fez.
Dicas básicas para fazer trilhas
1. Atenção à previsão do tempo
Antes de mais nada, confira a previsão do tempo. Mesmo que sua trilha seja curta. É sempre bom estar preparado para alguma surpresinha de São Pedro, com roupa e calçados ideais.
2. Prefira roupas leves e calçados confortáveis
Calçados e roupas confortáveis e apropriados são itens essenciais para fazer uma boa trilha sem se preocupar. Use botas ou tênis com solado de boa aderência para os terrenos irregulares que você irá encontrar durante o passeio. Quanto às roupas, prefira tecidos tecnológicos que vão secar mais rápido com o suor e serão mais confortáveis também.
3. Hidrate-se e coma coisas leves
Leve garrafa de água e hidrate-se pontualmente, mesmo que não ache necessário. Antes da trilha, faça uma refeição leve, e durante, você pode comer alguma barrinha de cereal para repor as energias.
4. Respeite o seu limite
Item fundamental. Respeite sempre o seu limite, seja em qualquer trilha, curta ou longa. A trilha que fizemos ao Pico do Selado é bem longa e exige bastante do corpo. Eu, mesmo sendo uma pessoa sedentária, conheço meu corpo e sei dos meus limites. Sempre que me sentia cansada, fazia breves pausas para recuperar o fôlego e bebia um golinho de água.
Seja consciente com seu corpo para que o passeio fique agradável. Apesar de eu ter começado numa trilha mais difícil, iniciantes devem começar por trilhas mais simples e assim, evoluindo gradativamente.
Enfim, espero que você tenha curtido meu relato sobre a Trilha do Pico do Selado em Monte Verde, MG. E espero também que você, que nunca fez uma trilha ou que não conhece ainda a cidade mineira, vá até lá e faça esse passeio incrível. Depois venha aqui me contar como foi. =)
SERVIÇO
Multisport Mantiqueira
Avenida Monte Verde, 1095, Monte Verde, MG
E-mail: contatomonteverde@gmail.com
Facebook: multisport.mantiqueira
Instagram: @multisportmantiqueira
OBS. 1: Este post não é um publieditorial para a Multisport Mantiqueira! Quando a dica é boa, a gente compartilha! 😘
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Realmente, para as trilhas aos poucos e pedras em Monte Verde, são um passeio lindíssimo, para quem gosta de trilhas, porém, está tudo muito abandonado. Falta total de infraestrutura. Fiz a subida ontem, 18/07/2021 e, o que percebi é que, se você faz a trilha com os jeepeiros, a única garantia que tem, é que não errará o caminho. Quando faz por conta própria, não existe nenhum controle de quem, como e quando está subindo. A demarcação da trilha é somente o pisoteado dos anos de subida. Mata muito degradada pelo grande número de turistas, falta de sinalização e de segurança (até mesmo para o caso de acidentes). Monte Verde precisa investir muito, mas muito mesmo, para ser considerado um lugar de ecoturismo.
Diniz, já faz um tempo que fui a Monte Verde. Essa trilha que fiz foi uma maravilha, pois como disse no post, estávamos com um guia incrível. É uma trilha de nível mais avançado, e até mesmo o guia não recomenda fazer por conta própria. Imagino que muitos turistas metem as caras e acabam também degradando a natureza. É uma pena, e infelizmente, uma realidade. Os passeios com jeep ou quadriciclo não fizemos. Quero fazer outras trilhas por lá, mas não tenho coragem de ir sozinha. hahaha Mas realmente, Monte Verde precisa de mais investimento, mesmo. A cidade não é só a Avenida Monte Verde com restaurantes aconchegantes para casais. Tem um ótimo potencial para ser referência em ecoturismo no Brasil. 😉 Obrigada pelo comentário aqui no Vem Pra Ver! Abraços!
Ótima reportagem.
Monte Verde é uma jóia rara, nem parece pertencer a esse país de brutalidades, onde a batalha do dia-a,-dia é se defender do próprio povo.
Monte Verde é um lugar impar, privilegiado por estar no alto e distante dos grandes centros.
Monte Verde é lugar onde quem quem é de espírito evoluido, enche os olhos de admiração.